Peter

E o sol já vai por-se outra vez la ao fundo. Este foi apenas mais um de muitos dias sem ti. Estou sem fôlego, estou sem força e sem querer lembrei-me de ti. Ainda és aquela imagem que aparece quando os dias se tornam todos iguais e continuas a ser quem eu mais quero do meu lado. Sem querer foste tudo, sem querer deste ao meu mundo muito mais do que ele alguma vez tinha tido e sem querer amei-te Peter.

Quando olho para ti tenho a sensação que somos infinitos, que o mundo nunca mais vai acabar enquanto houver do nosso amor para consumir. É nos teus olhos que encontro a profundidade da palavra amor e na tua pele que descubro o toque mais doce que conheço. Só no teu abraço estarei sempre segura, só no nosso mundo nunca ninguém me fará mal. E como te amo Peter... nunca amarei ninguém. 

Gosto de ti, do fundo do meu coração e poucas palavras há para dizer quando aquilo que temos é apenas sentido. Sentido na leveza do teu toque, no calor do nosso abraço, no mel da nossa amizade. Sentido nas horas que ficamos só por ficar, ouvindo, rindo, chorando... Não há nada mais verdadeiro do que sentir-me bem por estares bem. Nada mais sincero que o meu "adoro-te Jane". Daqui em diante só nós entenderemos a força da nossa ligação, teremos os nossos segredos, o nosso próprio mundo. Gosto de ti, do fundo do meu coração.

Amores como o nosso não morrem, adormecem. Amores como o nosso ficam parados no tempo à espera que um simples olhar os faça voltar a viver. Amores como o nosso têm vida própria. Eu amo-te num amor adormecido por esta distância que nos separa mas sei que se voltar a olhar-te nos olhos este amor acordará de novo. Não me faças amar-te Peter, tu dóis demais, deixa-o dormir, este nosso amor que não morre.

Sinto-me cada vez mais envolvida neste amor que nos vai unindo, aos poucos. Sinto que o teu olhar doce veio acalmar o amargo dos meus dias e é como se o teu abraço fizesse parar o tempo. O toque dos nossos lábios, ainda que em sonhos, faz-me pensar no tempo que perdi, no que não senti enquanto vivi presa ás ilusões daquele amor. Agora fecha os olhos, abraça-me e faz acender a chama, preciso que me aqueças a alma com esse teu dom. Adoro-te.

Há dias em que até parece que os nossos mundos se vão subitamente juntar, como se conseguisse sentir que pensaste em mim mas nesses dias eu lembro-me que se realmente os quisesses juntos tinhas nos teus olhos o reflexo do meu coração. É apenas em dias assim que consigo ter a certeza que eu e tu nunca vamos ser um só porque os nossos rios já não correm para o mesmo lado e porque as nossas mão já não encaixam na perfeição. Já nada é como antes foi e ainda que custe, vai passar Peter.

Gostava que um dia nos cruzássemos na rua, olhasses para mim e sorrisses. Não consigo querer mais que um sorriso teu quando acabei de me aperceber que me fizeste perder o norte, o rumo. Foste o meu mundo, a única razão do meu respirar mas acabaste por me fazer sufocar no meu próprio ar. Foste um sopro tão breve quanto poderias ter sido. Peter... sorri-me mas continua porque a vida só tem um sentido e os nossos são opostos.

Amor, cada vez que dou um passo sinto-me a andar para trás. Sinto-me cada vez mais longe de ti. É como se fugisses do meu abraço, a passos largos, dia após dia. Sinto que o mundo começa a ficar grande demais para nos voltarmos a encontrar. Sinto e sei que os nossos mundos estão cada vez mais distantes. Sinto muito mas ainda não te sinto, não estás mais aqui. Vives no meu coração mas sei que não sabes disso. Amor, eu amo-te mesmo que fujas para outro mundo ainda mais distante do meu.

Perdi-me no exato momento em que fechei os olhos e deixei que me envolvesses no teu abraço tão quente quanto me lembrava. Quase podia dizer que naqueles instantes me esqueci de há quanto tempo estavas longe. Quase podia sentir que nunca tinhas estado longe de mim. E digo quase porque mais uma vez era apenas um sonho, e encontrei-me instantes depois deitada na cama vazia a chorar as lágrimas que guardo, há meses. Volta Peter, preciso mesmo que voltes a trazer calor á minha vida que se perdeu.

Oh Jane, como eu gostava de me reencontrar no teu abraço e ver um pequeno pedaço do mundo sempre que te olhava nos olhos. Era como deixar de sentir o tempo porque ali, naquela fracção de segundos eu podia ter a certeza que por muitas luas que passassem por nós terias sempre contigo o outro lado do meu ser. Era como se o bater do teu coração me trouxesse todas as respostas, ainda que me deixasse numa verdadeira arritmia. Fica comigo Jane, só desta vez.

Dear Peter,
Todas as noites vou à janela, fecho os olhos e peço-te à lua. E como peço á lua tenho esperança de te encontrar em cada virar de esquina porque mesmo que saiba que estás longe sei que essa tua alma livre e impossível de prender, um dia vai apenas querer ficar. E como te peço á lua acho que pode acontecer apenas mais uma coincidência porque acredito que fomos um erro do destino mas agora nem ele pode mudar esta vontade de estarmos juntos. Vou deixar a tua alma, livre e impossível de prender solta por ai e um dia, mesmo sem correntes que te prendam tu vais ficar apenas porque precisas.

Voltamos a encontrarmos no velho cobertor porque quando é amor até os ventos sopram a favor e desta vez prendeste-me nos teus braços como se fossem os nossos últimos minutos de calor. Relembraste-me o sabor dos teus beijos e deixaste-me viciar nesse teu veneno que sabe sempre a pouco. O que nunca ninguém vai saber é que tudo isto só acontece em sonhos e tu Peter continuas bem longe a queimar todas as cartas que te mando com medo de algum dia as achares verdadeiras. És o meu amor, e vais deixar de ter medo disso.

Dear Peter,
Foste o meu primeiro pensamento de 2013, e a cada badalada do relógio tinha uma nova imagem tua. Sei que por muito longe que estejas também pensaste em mim e que me viste numa das estrelas do céu. Eu acredito que este novo ano traga novas esperanças, não vou ficar presa a ti mas sei que por muitas voltas que o mundo dê és meu e por isso voltarás sempre para mim.